A atenção mais uma vez parte do ponto nobre. Mas desta vez, o próprio olhar da pessoa (auto-retrato) nos conduz para o mesmo, que ainda mais é o centro da luz bem definido pelo halo de breu que o circunda de forma radial. O tema principal não poderia ser mais concreto...
Agora este trabalho está no IPJ de Faro. Seguirá directo para o Convento de S. José em Lagoa. Mas no entretetanto já esteve mais de 2 meses em Faro, em 3 espaços distintos. Ainda assim, a mortificante rotina tem levado alguns ou até muitos que querem ver a exposição a deixarem-na passar entre os dedos sem ser apreciada, criticada, vista ou até intencionalmente ignorada. Mais uma gritante expressão do tema desta exposição... A vida corre mas tendemos a não acompanhá-la!
Travou-se a Final do XIX Faro Future Hotel Monaco, Torneio de Ténis, no Sábado passado. No decorrer do dito houve 3 unidades hoteleiras preenchidas e dezenas de nacionalidades representadas. Só não houve noticias em proporção com o empenho de tantos atletas. Mas mais anónimos ficam ainda os apanha-bolas, que nem na fotografia verso. Pequenos, impúberes, lestos e quase silenciosos, estão na engrenagem de um máquina desportiva de elite.
"Dramatic vacant moment" é o título desta imagem. A sombra dura e o peluche abandonado no ponto nobre que a semiologia nos ensina, asseguram que algo se passa de dramático para lá do que o olhar pode escrutinar. O momento é vazio, mas algo na nossa mente recusa tal afirmação...
"Dark Side of the Moon" é um paradigma para toda uma geração. Mas a face exposta não é menos misteriosa ou caprichosa. Para quem já a tentou fotografar, surge o halo inestético que atribui ao satélite um aspecto fosco. Contudo, uma forma de contornar este dilema é fotografar a lua durante a auróra ou ócaso. Nesta altura, a luz disponível no céu torna menos agressivo o contraste do reflexo da lua com a cor de fundo. Depois, é só escurecer o fundo, aclarar a própria lua e escurecer-lhes as manchas. Não parecendo, a fotografia foi tirada de dia.
O desporto não parece querer virar novas páginas no que respeita o registo fotográfico. Assim, enquanto outros se prendem às poderosas objectivas de 400mm na meta e as de 20mm a 35mm no ponto de partida no prisma da vista humana, há quem faça contra-picados a 16mm e use os 200mm nas entrevistas, "à queima ropa". Por vezes até parece que se narra uma história de intriga no corta-mato. Não obstante, não deixa é de me intrigar a pressão "chapa 5" e o desgaste exercido sobre os repórteres, que castra a criatividade e reduz a comunicação de cada imagem.
Deus Grego: tronco de homem, cauda de peixe. Tritões do mundo contemporâneo. Com décadas e continentes de distância. Um vira-se à proa, outro à popa. Um franze a cara com o fumo, outro com o astro rei. Ambos embarcados, ambos abarcados num só retrato. Não se conhecem mas andam agora juntos pois de há muito comungavam o oceano, embora em hemisférios distintos...
No decorrer de uma divertida sessão, não pondendo fotografar-me, recorri à arte da Fúlvia Almeida para disparar a máquina. Juntos explorámos a técnica da fazer molduras com o corpo, tentando enquadrar as feições, que assim ganham destaque. O contraste do geométrico da postura com o orgânico do corpo é também de uma riqueza transbordante...
Fica a sugestão de uma exposição que fiz com dedicação. Por vezes penso no que me motiva para expor. Não tendo estas exposições fim pecuniário, sobra o comungar de ideias!
Nos últimos dias comecei a solidificar uma nova paixão fotográfica. O frio urbano em contraste com o calor humano. Tema profícuo... Vejamos o que sai da forja! O desafio será tavez mais humano e até pessoal pois "gente" implica uma fonte de imprevisibilidade transversal à própria fotografia.
... a reconstrução de um país que começou sonhado e seguiu iludido. Desta forma, no sapatinho, ficam os votos de muito trabalho!
Associação de Pesquisa Teatral - Um grupo de teatro ímpar que trabalha sob o pressuposto de tudo dar em palco, conquanto seja genuino. Neste trabalho podemo-nos deparar com a perenidade mortificada de casais que não comunicam. Mundos paralelos que se crêm e constroém na interdependência lodosa. "Fala Comigo!" apela ele...
Não terá sido a primeira e talvez não venha a ser a última formação de fotografia de retrato que frequento. Mas desta vez, mais ousado, fui além fronteiras para saber o que os Ingleses pensam desta disciplina... Apesar das excelentes qualidade de comunicação da formadora, mais uma vez constatei que a moda exerce uma força redutora no nosso mundo. A estética passa a ser ditada por esta indústria e o quase infinito mundo das feições passa a ser reduzido ao conceito de estética. Assim, com a maior naturalidade, e invariavelmente, se formam pessoas em retrato, abordando a moda, a pose e olhar sensual e a maquilhagem que disfarça a idade. Com isto se exclui todo o mundo real das rugas, cicatrizes, sobrancelhas carregadas e olhares expressivos. Com isto se excluem os pêlos que saem dos ouvidos ou um olhar papudo de cansaço. Com isto se exclui o mundo das pessoas que querem se retratadas como são, e uma elite de retratistas desvalorizados pelas novas tendências.
Dia dos finados, 2 de Novembro de 2010. Cinco pessoas me carpiram no ombro, cada uma com a sua lágrima, cada uma com o seu motivo. Mas o Sol brilhava e o mar chamava e a vida paradoxal seguia um rumo indiferente a tanto choro. Estes olhos de felino já não me reflectem, já não choram nem veem. A sua presença já não pode ser partilhada e mais ninguém com a sua graça bafejada. Animal desconcertante, faleceu ainda pojante. E eis como uma imagem, seja ela fotograficamente boa ou somente sofrível, se torna forte no coração de quem a sente e recorda emoções.
A intemporalidade de certos rituais faz com que a contemporaniedade das vestimentas, em constante mudança sob a força da moda, nos pareça algo herege, desrespeitosa para com todos os restantes valores em que o tempo não parece influir. Ergo se entende o porquê da imagem de baixo parecer mais harmoniosa...
Por vezes, se usarmos "ingredientes" disparatados, podemos mais facilmente contemplar a forma no seu todo, a mancha gráfica e uma ideia mais holística. Neste exemplo, temos pigmento desidratado vieux chen, palitos de madeira, flor de laranjeira sêca, algas comestíveis, serradura, milho e já nem sei o que mais me surgiu à mão.
Uma conversa... o gesto que contém palavras, a imagem que adivinha movimentos. A janela que disputa protagonismo. Mas no fundo o protagonista nem é visível. É a conversa que se tem na rua. Como se chama o teu gato? Vives nesta rua há muito tempo?
- Onde vives?
Há quem venha dar o seu grito de liberdade e celebrar o calor algarvio...
Há quem, em grupo de 4 - Luis, Fernando, Rodolfo e Paulo, se destaque dos mais de 2000 participantes pelo simbólico uso de uma flôr no "cano das suas armas"...
Há quem venha promover o seu negócio, para gáudio de desportistas que assim suavizam as agruras do dia...
Há quem venha estreitar relações...
Design ou decoração gastronómica... Uma arte por si só. Por vezes passa por tornar a estética uma obra do acaso, como é o caso neste "splash" de xarope. Mas será que o próprio acaso não contém sempre algo de estético? Uma questão para reflectir...
Stefi Balzer, 3º lugar na Ski Absoluta
Gonçalo Martins, 4º na Ski Absoluta, actual detentor do título de Campeão Mundial de Jet Ski
A acção passou-se no ring, já lá vão dois anitos e foi um dos momentos do XXI Campeonato Nacional de Kempo. Como em qualquer fotografia de desporto, é crucial conhecer a actividade fotografada. Antecipar movimentos, antever ângulos "felizes". Uns disparam murros, outros atentam aos pontos e penalidades e outros ainda disparam com as suas máquinas fotográficas. Seja qual fôr o propósito, todos estão concentrados no ring...
Uma procissão colorida, uma festa florida... aka "Procissão de Aleluia". Algo a não perder! Ainda assim desengane-se o visitante. Não obstante o impressionante trabalho que está associado à feitura de desenhos com flores, a imagem real tende a ficar áquem da que o nosso romantismo cria.
Correndo pelo corredor...
Tenha a flor a palavra...
Flores à seca...
